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PSICOLOGIA ITAJAÍ

Os modos esquemáticos: a importância deles na minha vida

tags: modo adulto saudável , modo hipercompensador , modos criança , modos esquemáticos , modos vozes internalizadas , Terapia cognitivo-comportamental , Terapia do esquema

postado em: 14 de maio de 2025

postado por: Psicóloga Juliana Vieira

Na Terapia do Esquema, os modos são estados emocionais que refletem diferentes partes da personalidade, ativados em resposta a situações específicas, ou seja, como se fossem apertados os “botões emocionais” ou véus que aparecem sobre o rosto, escondendo o que está por trás ou aparecendo uma outra face. Eles são como “lados” diferentes de uma pessoa, que se expressam em termos de pensamentos, sentimentos e comportamento. Temos diferentes modos e cada um se apresenta de uma forma. Os modos esquemáticos são divididos em:

– Modos inatos da criança (criança vulnerável, zangada, impulsiva/indisciplinada, feliz);

– Modos desadaptativos de enfrentamento (capitulador complacente, protetor desligado, autoprotetor aliviador; hipercompensador);

– Modos internalizados de vozes disfuncionais (vozes punitivas/vozes exigentes e críticas);

– Modo adulto saudável.

Modos Criança

Esses modos são estados emocionais e comportamentais que mostram experiências e sentimentos infantis. Uma pessoa no modo criança vulnerável pode parecer assustado, triste, frágil ou desamparado. É como se fosse uma criança pequena no mundo dos adultos, que necessita do cuidado para sobreviver, mas não o recebe. A criança precisa de um pai ou uma mãe e pode aceitar qualquer coisa. São adultos ou adolescentes ou até mesmo crianças que os cuidadores na infância deles, os deixaram sozinhos por longos períodos (a criança- abandonada), batiam na criança em excesso (a criança que sofre abuso), não deram amor (a criança privada) ou  os criticavam/puniam muito (a criança defectiva/vergonha).

A criança zangada fica furiosa, todos em algum momento da sua vida ficam com raiva, principalmente se suas necessidades fundamentais não são satisfeitas.
As pessoas com o modo criança zangada liberam essa raiva quando sentem que suas a necessidades emocionais não foram atendidas ou estão sendo injustiçadas.

A criança impulsiva/ indisciplinada age por impulso, como diz o próprio nome, para satisfazer necessidades e buscar prazer sem preocupar com consequencias, nem se preocupar com outras pessoas. É a criança em seu estado natural, solta, livre e “incivilizada”, inconsequente e irresponsável. Essa criança apresenta  baixa tolerância à frustração e não consegue esperar a gratificação de longo prazo., quer para ontem.  Pode parecer uma pessoa mimada, brava, descuidada, preguiçosa, relaxada, impaciente, sem determinação ou descontrolada.

A criança feliz sente-se amada, satisfeita e feliz.  As necessidades emocionais da criança foram satisfeitas, portanto, há a ausência de ativação de esquemas.

  Modos criança  Descrição  
Esquemas comumente associados  
Criança vulnerável




Vivencia sentimentos disfóricos ou ansiosos, especialmente medo, tristeza e desamparo  quando está “em contato” com esquemas associados.        Abandono, desconfiança/abuso, privação emocional, defectividade, isolamento social, dependência/ incompetência, vulnerabilidade ao dano ou à doença, emaranhamento/ self subdesenvolvido, negatividade/ pessimismo.
Criança zangadaLibera raiva diretamente em resposta a necessidades fundamentais não-satisfeitas ou a tratamento injusto relacionado a esquema nucleares.Abandono, desconfiança/abuso, privação
emocional, subjugação (ou, às vezes, qualquer desses esquemas associado à criança vulnerável).
Criança impulsiva/ indisciplinadaAge impulsivamente, segundo desejos imediatos de prazer, sem considerar limites nem as necessidades ou sentimentos de outras pessoas (não está ligado a necessidades fundamentais).Arrogo, autocontrole/ autodisciplina insuficientes.
Criança felizSente-se amada, conectada, contente, satisfeita.Nenhum.
Ausência de esquemas ativados.
Tabela retirada: Young, Klosko & Weishaar, 2008, p. 241.



Modos enfrentamento desadaptativo


Os modos enfrentamento desadaptativos são as tentativas da criança para sobreviver  em um ambiente prejudicial. Esses modos de enfrentamento foram funcionais na infância da pessoa, contudo passam a ser desadaptativos na vida adulta. Existem quatro tipos: o capitulador complacente (resignado); o protetor desligado  e o autoaliviador desligado (evitação) e o hiper compensador (ataque).
A função do capitulador complacente é evitar maus-tratos. A função dos outros modos, é fugir ou não sentir  emoções desagradáveis devido às ativações dos esquemas.

As pessoas neste modo capitulador complacente parecem passivas e dependentes, são as “boazinhas”. Se acham desamparadas diante de pessoas que consideram mais fortes ou de figuras de autoridade. Precisam agradar para evitar conflito. Às vezes permitem que outros as abusem, controlem ou desqualifiquem  para não acontecer brigas.

O protetor desligado e o autoaliviador desligado usam do distanciamento psicológico. Se desconectam das pessoas e blindam suas emoções para se proteger do sofrimento de estar vulnerável. O modo se torna uma armadura ou um escudo para não sofrer. Nesses modos, as pessoas sentem-se indiferentes ou vazia ou até mesmo os outros acham que elas são frias, pois  às vezes são irônicas ou debochadas ou distante. Acabam se isolando dos outros, podem ter excesso de autoconfiança, e no caso do autoaliviador, procura formas de aliviar, como substâncias químicas, álcool, pornografia, excessos (atividade física, comida, tecnologia…).

Os hipercompensadores usam da hipercompensação dos esquemas para o enfrentamento. Agem ao oposto do esquema, por exemplo, se sentem abandonados, vão se mostrar pessoas super agradáveis para os outros não a abandonarem ou vão viverem sozinhos, pois não precisam do outro…   .  Tem algumas pessoas com este modo que são passiva-agressivas, parecem obedientes, porém, são vingativas, traem, maltratam, entre outros comportamentos disfuncionais. Tem os que são  obsessivos, rigorosos,  padrões de alto exigência,  níveis altos de previsibilidade, rotinas rígidas e desconfiadas.  


Estilos de enfrentamento desadaptativos

Estilos de enfrentamento desadaptativos  Descrição

Capitulador complacenteAdota um estilo de enfrentamento baseado em obediência e dependência.
Protetor desligadoAdota um estilo de enfrentamento de retraimento emocional, desconexão, isolamento e evitação comportamental.
HipercompensadorAdota um estilo de enfrentamento caracterizado por contra-ataque e controle. Pode hipercompensar por meios semi-adaptativos, como trabalho em excesso.
Tabela retirada: Young, Klosko & Weishaar, 2008, p. 243.

Modos vozes disfuncionais

Os modos vozes disfuncionais eram chamados modos pais disfuncionais que são internalizações de figuras de pai ou mãe ou outra pessoa forte no início da vida da pessoa. Quando as pessoas  estão nesse modo são suas próprias vozes, ou seja, são críticos, exigentes, punitivos consigo mesmo. Acabam pensando, sentindo e se comportando como os pais ou figuras fortes faziam com eles quando crianças.

Os modos vozes punitivas pune com raiva, critica ou restringe a criança por expressar suas necessidades ou por cometer erros. “Não pode errar”.  A pessoa neste modo se acha má, envergonhada, inepta e podem se autolesionar.  
Os modosvozes exigentes comprime a criança para que alcance as expectativas altas definidas. O certo é ser perfeito e o errado  é a espontaneidade. A pessoa tem um padrão elevado  e se pressiona para atingir.  
O modo adulto saudável é a parte saudável e adulta que é o mediador  entre os outros modos. Ele tenta que a pessoa tenha suas necessidades emocionais atendidas.  No qual ele se dá carinho, afeto, proteção, limites, regula os outros modos e combate as vozes. Esse é o grande objetivo da Terapia do Esquema, fortalecer esse modo.

Referência: Young, J. E., Klosko, J. S., & Weishaar, M. E. (2008). Terapia do esquemaguia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. New York: The Guilford Press.


Psicóloga Juliana Vieira

Psicóloga Juliana Vieira Juliana Vieira Almeida Silva é psicóloga formada pela Universidade do Vale do Itajaí desde 2001 e possui formação em Terapia Cognitiva-Comportamental. Doutora em Psicologia (UFSC) atua nas seguintes áreas: Psicoterapia Individual e Psicoterapia de Grupo, Psicoterapia Familiar e de Casal, Orientação Profissional, Aconselhamento, Diagnóstico para crianças, adolescentes e adultos. Tem vários artigos publicados na área da Psicologia e Administração. Além de Psicóloga Clínica, realiza atividades na área da Psicologia Organizacional: consultoria (Recrutamento e Seleção; Treinamento e Desenvolvimento, Plano de Cargos e Salários, entre outros) e palestras. Atualmente é docente em Cursos de Psicologia e Administração, bem como em pós-graduações.

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