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TDAH ou SÍNDROME DE HIPOATIVIDADE DO DESENGAJAMENTO COGNITIVO

tags: SÍNDROME DE HIPOATIVIDADE DO DESENGAJAMENTO COGNITIVO , TDA , TDAH , Tempo Cognitivo Lento , Transtorno Mental

postado em: 21 de abril de 2025

postado por: Psicóloga Juliana Vieira

A Síndrome de Hipoatividade do Desengajamento Cognitivo (CDHS) ainda é muito confundida com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Essa síndrome era conhecida como Tempo Cognitivo Lento (TCL), mas foi atualmente renomeada por um grupo de especialistas (Becker et al., 2023). A Síndrome de Hipoatividade do Desengajamento Cognitivo é um transtorno da atenção praticamente novo, sendo pesquisado a partir da metade da década de 1980, mas só recebeu relevância após o ano 2000.
A partir dos estudos realizados, observa-se que  a CDHS tem mais em comum com formas internalizantes de transtornos mentais, como por exemplo,  depressão, isolamento por ansiedade, sensibilidade excessiva a consequências adversas potenciais, entre outros.

Ainda não existe  critérios oficiais para a definição desta síndrome  como há para o TDAH, mas pesquisadores identificaram os sintomas mais importantes:

◦Devaneios (sonhar acordado);
◦Dificuldade para se manter acordado/alerta;
◦ Mentalmente confuso/facilmente confuso;
◦ Olhar perdido;
◦ “Desligado”, a mente está em outro lugar;
◦ Letárgico;
◦ Hipoativo;
◦ Movimentos lentos/indolente;
◦ Não processa perguntas ou explicações acuradamente;
◦ Aparência sonolenta/letárgica;
◦ Apático/isolado;
◦ Perdido em pensamentos:
◦ Lento para realizar tarefas;
◦ Falta de iniciativa/esforço se dissipa.

Para os pesquisadores, os  problemas de atenção da CDHS são diferentes do TDAH, ou seja, a CDHS  demonstra uma dissociação da atenção dos eventos externos para focar mais no conteúdo mental interno, como devaneios ou mente dispersa. Já o TDAH há uma diminuição nas representações mentais relacionadas com o comportamento de realizar um  objetivo,  tarefa ou futuro, apresentam uma dissociação excessiva da atenção para eventos externos no momento, ou seja, o que chama atenção para a pessoa com TDAH é aquele estímulo que está na sua frente em vez de uma atenção nos eventos mentais relacionados ao desempenho nas tarefas e no futuro mais em geral (representação mental interna).

Os dois transtornos estão presentes, aproximadamente,  em 50% dos casos, refletindo comorbidade, porém eles não são subtipos nem representantes um do outro. Em relação aos prejuízos, a CDHS é menos prejudicial do que o TDAH em crianças. Em adultos a CDHS é mais prejudicial do que o TDAH em contexto acadêmicos e de trabalho, contudo  menos em outros domínios da vida. Pesquisas demonstram que a CDHS está confiavelmente associada a isolamento social e à passividade e, também à ansiedade social.

Apesar do TDAH ser mais prejudicial nas relações sociais do que a CDHS, os dois transtornos interferem no desempenho escolar em grau significativo de diferentes formas. A CDHS oferece pouco risco para comportamento disruptivo na escola, mas trabalho acadêmico prejudicado, e o TDAH muitas vezes já predispõe a comportamento disruptivo na escola. A CDHS não “causa”, geralmente,  muita dificuldade para dormir como o TDAH, só que  está discretamente associada a maior sonolência durante o dia.

É difícil fazer o diagnóstico, pois muitos profissionais da saúde mental não têm conhecimento e por estar com frequência comórbido com o TDAH. Porém, fique atento aos sinais e sintomas do seu paciente.

Referências:

Barkley, R. A. (2023). Tratando TDAH em Crianças e Adolescentes: O que Todo Clínico Deve Saber. Artmed Editora.

Becker, S. P., Willcutt, E. G., Leopold, D. R., Fredrick, J. W., Smith, Z. R., Jacobson, L. A., … & Barkley, R. A. (2023). Report of a work group on sluggish cognitive tempo: Key research directions and a consensus change in terminology to cognitive disengagement syndrome. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry62(6), 629-645.


Psicóloga Juliana Vieira

Psicóloga Juliana Vieira Juliana Vieira Almeida Silva é psicóloga formada pela Universidade do Vale do Itajaí desde 2001 e possui formação em Terapia Cognitiva-Comportamental. Doutora em Psicologia (UFSC) atua nas seguintes áreas: Psicoterapia Individual e Psicoterapia de Grupo, Psicoterapia Familiar e de Casal, Orientação Profissional, Aconselhamento, Diagnóstico para crianças, adolescentes e adultos. Tem vários artigos publicados na área da Psicologia e Administração. Além de Psicóloga Clínica, realiza atividades na área da Psicologia Organizacional: consultoria (Recrutamento e Seleção; Treinamento e Desenvolvimento, Plano de Cargos e Salários, entre outros) e palestras. Atualmente é docente em Cursos de Psicologia e Administração, bem como em pós-graduações.

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